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8 lições que aprendi trabalhando com BIM na Europa

Atualizado: 24 de mar. de 2019


No ano de 2016 decidi realizar uma aventura que tinha em mente a muito tempo, trabalhar fora do Brasil.

Na época realizava um Master online em BIM em uma escola espanhola e tive a oportunidade de me integrar a esta equipe, onde estou até hoje.


Neste pouco mais de 1 ano, apesar de não estar diretamente desenvolvendo projetos e sim voltado a área acadêmica, pude conhecer muitos profissionais do segmento e principalmente grandes atores da disseminação do BIM, onde pude entender um pouco melhor a mentalidade dos profissionais europeus, principalmente na Espanha e Portugal.


Como ainda sigo em contato com os profissionais brasileiros, isso acaba me permitindo entender a atual situação brasileira perante o BIM e a construção civil, podendo assim realizar alguns comparativos:


Iniciativas governamentais: 


A eficiência e preocupação do governo na busca de economia e sustentabilidade é uma realidade na Europa. Prova disto são os diversos países que já exigem o uso do BIM em projetos públicos, tais como, Reino Unido, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Holanda e diversos outros que seguem o mesmo princípio e que já possuem este planejamento ainda para este ou para os próximos anos, como França e Espanha.


Iniciativas da UE: 


A existência da UE facilita diversos tratados de colaboração entre os países membros, assim como o desenvolvimento de normativas (uma das atividades do grupo EU BIM Task Group). O interessante é que todos os integrantes do grupo, independentemente do nível de adoção do BIM, participam e criam uma sinergia propulsionando e reforçando as iniciativas em seus próprios países.



Instituições de ensino em BIM:

 

A quantidade de instituições que oferecem ensino no segmento BIM é muito maior comparada com o Brasil, tanto nas universidades como nas empresas de formações profissionalizantes.


Iniciativa privada:


Por consequência da quantidade de países em um continente relativamente pequeno, comparado ao Brasil, as iniciativas privadas para o fomento do BIM são mais evidentes.


A própria diferença linguística exige tal iniciativa, e isto não ocorre apenas de país para país pois muitos possuem mais de uma língua ou dialetos. Como por exemplo a Espanha que possui 4 idiomas oficiais (Castelhano, Catalão, Galego e Basco) e dialetos.


Eventos:


A oportunidade de participar em eventos internacionais é muito mais frequente. Em Barcelona, como por exemplo, ocorreram vários eventos sobre BIM e IoT este ano.

Alguns deles foram o European BIM Summit sendo um de seus organizadores a Building Smart e também o BIM World Implementation Strategies onde palestrantes de todo o mundo apresentaram o contexto atual do BIM em seus países.


Esta semana mesmo tive a oportunidade de presenciar o Autodesk BIM Fórum, evento gratuito, onde diversas empresas apresentaram o uso “real” do BIM em projetos e construções. Ainda nesta mesma semana ocorreu outro evento, IoT Solutions World Congress, este voltado para IoT.


Exportação de conhecimento:

 

Assim como a própria história já comprova, a Europa, inicialmente por conquista de território, sempre esteve muito atuante fora de suas fronteiras. Hoje, na era digital, segue sendo uma referência e conquistando o mundo de forma intelectual. A empresa em que trabalho, por exemplo, possui formações no segmento BIM em vários idiomas, atingindo assim profissionais de todo o mundo.


Oportunidades de emprego:


A maioria das vagas disponíveis atualmente no setor AECO solicitam profissionais com conhecimento em BIM, desde as áreas mais técnicas, onde o profissional precisa ter conhecimento apenas do software BIM, até as áreas de gerenciamento onde as competências de implementação e gestão se fazem necessárias.


Ainda um caminho longo a percorrer:

 

Apesar de todas estas características, ainda existe um caminho muito grande a ser percorrido. A ideia de que todos os profissionais da Europa já trabalhem em BIM ainda não é uma realidade, mas com certeza em pouco tempo será.

Estes são alguns pontos que segundo a minha experiência, são os principais motivos do avanço do BIM nos países europeus.


Em contrapartida tenho observado um crescimento muito rápido do BIM no Brasil. Mesmo que ainda a um nível de busca de conhecimento por parte dos profissionais, o que é importantíssimo pois eles são as peças fundamentais para a mudança de paradigma do setor AECO.


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Até o próximo BIMConteúdo.


Por: Alessandro Ferrari

Colaborador na BIMExpert e Zigurat Global Institute of Technology, Arquiteto e Urbanista (Uniara), MBA em gerenciamento de projetos (FGV), Master BIM Manager (Zigurat).


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